sábado, 5 de julho de 2008
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Para todos um poema de Sophia de Mello Breyner...em jeito de despedida
Escurece o jardim e o vento passa,
Estala o chão e as portas batem, quando
A noite cada nó em si deslaça.
A hora da partida soa quando
as árvores parecem inspiradas
Como se tudo nelas germinasse.
Soa quando no fundo dos espelhos
Me é estranha e longínqua a minha face
E de mim se desprende a minha vida.
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Um poema para um grande Amigo
Mal nos conhecemos
Inauguramos a palavra amigo!
Amigo é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
Amigo (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado.
É a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada!
Amigo é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
Amigo vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neill
sexta-feira, 13 de junho de 2008
A FADA DAS CRIANÇAS
A fada das crianças vem, luzindo.
À criança que dorme chega leve,
E, pondo-lhe na fronte a mão de neve,
Os seus cabelos de ouro acaricia
A sentir a criança principia.
E todos os brinquedos se transformam
Em coisas vivas, e um cortejo formam:
Cavalos e soldados e bonecas,
Ursos pretos, que vêm, vão e tornam,
E há figuras pequenas e engraçadas
Que brincam e dão saltos e passadas...
Mas vem o dia, e, leve e graciosa,
Pé ante pé, volta a melhor das fadas
Ao seu longínquo reino cor-de-rosa.
PARABÉNS, FERNANDO PESSOA
terça-feira, 10 de junho de 2008
O meu país sabe a amoras bravas
O meu país sabe a amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.
Eugénio de Andrade, O Outro Nome da Terra(1988)
segunda-feira, 9 de junho de 2008
Dia 10 de Junho- Dia de Portugal
Porquê Dia de Portugal e de Camões? Segundo Conceição Meireles (investigadora especialista em História Contemporânea de Portugal) Camões representava o génio da pátria, representava Portugal na sua dimensão mais esplendorosa e mais genial. O feriado em honra de Camões (um dos simbolos da Nação) passou a ser a 10 de Junho uma vez que esta data foi apontada como sendo a da morte do poeta que escreveu "Os Lusíadas".
Porquê Dia das Comunidades?Até ao 25 de Abril de 1974, o 10 de Junho era conhecido como o Dia de Camões, de Portugal e da Raça. Oliveira Salazar, na inauguração do Estádio Nacional em 1944, tinha denominado também o dia 10 de Junho como o Dia da Raça em memória das vítimas da guerra colonial. A partir de 1963, o feriado do 10 de Junho assumiu-se como uma homenagem às Forças Armadas e numa exaltação da guerra e do poder colonial. A segunda republica não se revê neste feriado, pelo que, em 1978, o converte em Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Em 2006, a cidade do Porto será a anfitriã das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. O Presidente da República nomeou como Presidente da Comissão Organizadora das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas o Dr. João Pedro Bénard da Costa.
quinta-feira, 5 de junho de 2008
DIA MUNDIAL DO AMBIENTE - II
Que lugar senão este
I
alguém nos ofereceu
como uma prenda de anos?
Que lugar senão este
um dia nos deixaram
com terra, mar e céu?
Que lugar senão este
havemos de oferecer
a quem de nós rasgar
o espanto do futuro?
Que lugar senão este
- não me podem dizer?
Aqui a cotovia
nos canta seus segredos,
mas os bichos da terra,
de narizes no ar
e corações aflitos,
cirandavam entre medos!
II
Nos rios e ribeiros
é lenta a correria
das águas destroçadas.
Onde a pureza antiga
que as perdizes bebiam
em longas madrugadas?
Já nos lagos as nuvens
não se reflectem, não.
E pela mão dos barcos
navegam os silêncios
que um dia a porto firme
nem sequer chegarão.
III
O ar que respiramos
será falta de ar?
Quem nos espreita do alto,
pelo buraco feito
na camada de ozono?
É o perigo que espreita
um mundo ao abandono.
Que mundo senão este
alguém nos ofereceu
como uma prenda de anos?
Que mundo senão este
um dia nos deixaram
com terra, mar e céu?
Que mundo senão este
deixaremos um dia
para oferecer a quem
depois de nós vier?
Que mundo senão este
- não me podem dizer?
Maria Alberta Menéres, in No Coração do Trevo - Poesia para Crianças. Editora Verbo. 1992
DIA MUNDIAL DO AMBIENTE - I
Apanhador de pirilampos
A poluição dos escapes
os herbicidas
foram-vos empurrando
para fora
do Pinheiro Manso
antiga minha luz
particular
em noites doces
procuro-vos
e nada encontro
senão lixo
entre as folhas
fazeis-me
tanta falta
neste mundo escuro
Fernando Assis Pacheco, " A Bela do Bairro e Outros Poemas", 1986
sábado, 31 de maio de 2008
Hang Drum Solo
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Aceitam-se sugestões musicais
ONE OF US - Joan Osborn
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Visita à Biblioteca de Santa Maria da Feira
sábado, 3 de maio de 2008
Mãe
quarta-feira, 30 de abril de 2008
História do dia do trabalhador
Três anos mais tarde, a 20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu por proposta de Raymond Lavigne convocar anualmente uma manifestação com o objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago. Em 1 de Maio de 1891 uma manifestação no norte de França é dispersada pela polícia resultando na morte de dez manifestantes. Esse novo drama serve para reforçar o dia como um dia de luta dos trabalhadores e meses depois a Internacional Socialista de Bruxelas proclama esse dia como dia internacional de reivindicação de condições laborais.
A 23 de Abril de 1919 o senado francês ratifica o dia de 8 horas e proclama o dia 1 de Maio desse ano dia feriado. Em 1920 a Rússia adota o 1º de Maio como feriado nacional, e este exemplo é seguido por muitos outros países. Apesar de até hoje os estadunidenses se negarem a reconhecer essa data como sendo o Dia do Trabalhador, em 1890 a luta dos trabalhadores estadunidenses conseguiram que o Congresso aprovasse que a jornada de trabalho fosse reduzida de 16 para 8 horas diárias.
1º de Maio
Em Portugal, só a partir de Maio de 1974 (o ano da revolução do 25 de Abril) é que se voltou a comemorar livremente o Primeiro de Maio e este passou a ser feriado. Durante a ditadura do Estado Novo, a comemoração deste dia era reprimida pelas polícia. O Dia Mundial dos Trabalhadores é comemorado por todo o país, sobretudo com manifestações, comícios e festas de carácter reivindicativo, promovidas pela central sindical CGTP-Intersindical (Confederação Geral dos Trabalhadores Portuguêses - Intersindical) nas principais cidades de Lisboa e Porto, assim como pela central sindical UGT (União Geral das Trabalhadores). No Algarve, é costume a população fazer pic-nics e são organizadas algumas festas na região.
terça-feira, 29 de abril de 2008
sábado, 26 de abril de 2008
Liberdade
Liberdade
Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.
Sophia de Mello Breyner Andresen
quinta-feira, 24 de abril de 2008
25 de Abril
A escola ficou mais alegre! E a liberdade também é alegria.
Os poetas celebram com poemas. Eis como a nossa Sophia sentiu o 25 de Abril
25 de Abril
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Sophia de Mello Breyner Andresen
quarta-feira, 23 de abril de 2008
OS LIVROS
tê-los ao colo,
afagá-los com as mãos,
abri-los de par em par,
ver o Pinóquio a rir
e o D. Quixote a sonhar,
e a Alice do outro lado
do espelho a inventar
um mundo de assombros
que dá gosto visitar.
Apetece chamar-lhes irmãos
e deixar brilhar os olhos
nas páginas das suas mãos.
José Jorge Letria, Pela casa fora, 1997
DIA MUNDIAL DO LIVRO
Esta data foi escolhida para honrar a velha tradição catalã segundo a qual, neste dia, os cavaleiros oferecem às suas damas UMA ROSA VERMELHA DE SÃO JORGE (Saint Jordi) e recebem em troca, UM LIVRO.
Em simultâneo, é prestada homenagem à obra de grandes escritores, como Shakespeare e Cervantes, falecidos em 1616, exactamente a 23 de Abril.
Partilhar livros e flores, nesta primavera, é prolongar uma longa cadeia de alegria e cultura, de saber e paixão.
terça-feira, 22 de abril de 2008
DIA DA TERRA
segunda-feira, 24 de março de 2008
Boa semana sem aulas
quarta-feira, 19 de março de 2008
Prendas...das que só os artistas nos dão
Espero que gostem destas prendas. Não são “giras” nem “espectaculares”.
Aguardo a vossa opinião.
Maria Helena Vieira da Silva, "Biblioteca", 1949
Biblioteca VerdePapai, me compra a Biblioteca Internacional
de Obras Célebres
São só 24 volumes encadernados
em percalina verde.
Meu filho, é livro demais para uma criança.
Compra assim mesmo, pai, eu cresço logo.
Quando crescer eu compro. Agora não.
Papai, me compra agora. É em percalina verde,
só 24 volumes. Compra, compra, compra.
Fica quieto, menino, eu vou comprar.
Rio de Janeiro? Aqui é o Coronel.
Me mande urgente sua Biblioteca
bem acondicionada, não quero defeito.
Se vier com arranhão recuso, já sabe:
quero devolução de meu dinheiro.
Está bem, Coronel, ordens são ordens.
Segue a Biblioteca pelo trem-de-ferro,
fino caixote de alumínio e pinho.
Termina o ramal, o burro de carga
vai levando tamanho universo.
Chega cheirando a papel novo, mata
de pinheiros toda verde. Sou
o mais rico menino destas redondezas.
(Orgulho, não: inveja de mim mesmo.)
Ninguém mais aqui possui a colecção
das Obras Célebres. Tenho de ler tudo.
Antes de ler, que bom passar a mão
no som da percalina, esse cristal
de fluída transparência: verde, verde.
Amanhã começo a ler. Agora não.
Agora quero ver figuras. Todas.
Templo de Tebas, Osíris, Medusa,
Apolo nu, Vénus nua... Nossa
Senhora, tem disso tudo nos livros?
Depressa, as letras. Careço ler tudo.
A mãe se queixa. Não dorme este menino.
O irmão reclama: apaga a luz, cretino!
Espermacete cai na cama, queima
a perna, o sono. Olha que eu tomo e rasgo
essa Biblioteca antes que peque fogo
na casa. Vai dormir, menino, antes que eu perca
a paciência e te dê uma sova. Dorme,
filhinho meu, tão fraquinho.
Mas leio. Em filosofias
tropeço e caio, cavalgo de novo
meu verde livro, em cavalarias
me perco, medievo; em contos, poemas
me vejo viver. Como te devoro,
verde pastagem. Ou antes carruagem
de fugir de mim e me trazer de volta
à casa a qualquer hora num fechar
de páginas?
Tudo o que sei é ela que me ensina.
O que saberei, o que não saberei nunca,
está na Biblioteca em verde murmúrio
de flauta-percalina eternamente.
Carlos Drummond de Andrade
domingo, 16 de março de 2008
quinta-feira, 6 de março de 2008
Biblioteca vai abrir com Feira do Livro!
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Que bom ter cabeça para pensar!
Apreciem-no e deixem um comentário...
Impressão Digital
Os meus olhos são uns olhos,
e é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos,
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos, diz flores!
De tudo o mesmo se diz!
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.
Pelas ruas e estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente!!
Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos!
Onde Sancho vê moinhos,
D.Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos!
Vê gigantes? São gigantes!
in "Movimento Perpétuo”
Blogue??!!
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Visita de Estudo à Fundação de Serralves e ao Museu do carro eléctrico
Vamos ao trabalho.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Bem-vindos ao blogue!
Estamos à espera do primeiro comentário!
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Lenda de S.Valentim
O dia de S. Valentim, o mártir que morreu por casar jovens em segredo, é celebrado no dia 14 de Fevereiro por milhões de enamorados em todo o mundo.
Mas afinal quem foi este santo tão popular no mundo inteiro?
A história não é precisa, mas tudo indica que Valentim tenha sido um padre que no século III foi contra o Imperador romano Claudius II.
Apercebendo-se de que os homens solteiros eram melhores soldados do que os casados, decretou uma lei que proibia o casamento.
Vendo que tal não era correcto, o padre Valentim propôs-se celebrar os casamentos dos jovens enamorados em segredo, um acto que lhe valeu a morte, por decapitação, quando foi descoberto pelo imperador.
Quanto à data, ao dia 14 de Fevereiro, a origem da celebração é incerta.
Uns acreditam que é a data da morte do padre.
BEM-VINDOS!
Aqui estamos nós no nosso blogue, não é fixe? Esperemos que todos contribuam para sermos cada vez melhores. Viva o 6ºC.
Beijinhos aos meus amores.