Que lugar senão este
I
alguém nos ofereceu
como uma prenda de anos?
Que lugar senão este
um dia nos deixaram
com terra, mar e céu?
Que lugar senão este
havemos de oferecer
a quem de nós rasgar
o espanto do futuro?
Que lugar senão este
- não me podem dizer?
Aqui a cotovia
nos canta seus segredos,
mas os bichos da terra,
de narizes no ar
e corações aflitos,
cirandavam entre medos!
II
Nos rios e ribeiros
é lenta a correria
das águas destroçadas.
Onde a pureza antiga
que as perdizes bebiam
em longas madrugadas?
Já nos lagos as nuvens
não se reflectem, não.
E pela mão dos barcos
navegam os silêncios
que um dia a porto firme
nem sequer chegarão.
III
O ar que respiramos
será falta de ar?
Quem nos espreita do alto,
pelo buraco feito
na camada de ozono?
É o perigo que espreita
um mundo ao abandono.
Que mundo senão este
alguém nos ofereceu
como uma prenda de anos?
Que mundo senão este
um dia nos deixaram
com terra, mar e céu?
Que mundo senão este
deixaremos um dia
para oferecer a quem
depois de nós vier?
Que mundo senão este
- não me podem dizer?
Maria Alberta Menéres, in No Coração do Trevo - Poesia para Crianças. Editora Verbo. 1992
7 comentários:
Gostei muito do seu poema sobre o Ambiente.
P.S- Tem de por mais coisas destas.
esta altamente stora parabens
Este poema é espectacular.
Gosto muito dos poemas da Maria Alberta Menéres.
Coloquem mais poemas destes...
Até lá fico á espera.
Diogo Costa
Olá professora! Gostei muito do seu poema é interessante e criativo
DE: Daniel Ribeiro
e Joana Alves
Bme stora o poema e um bocadinho "big" mas e muito bonito! Tem de postar mais poemas bonitos como este!
Beijinho Susana!
pessoas mais amigos com muito prazer eu sou o diogo vitó o vosso colega antigo ando a tirar boas notas foi um prazer tar convosco boa sorte
Enviar um comentário